quarta-feira, 6 de julho de 2011

A escrita

O homem descarta o velho quando não tem olhos para enxergar a estética quadrada, desrespeitando a peculiaridade da década ultrapassada. Condena à ferrugem, às rugas, às rusgas; não tem olfato e paciência para sentir o odor da tinta, do papel e do verde impregnados no artefato que escreveu o passado. A natureza reabsorve o que dela foi extraído, seja no cobalto, no ferro e até no plástico. Tudo pode ser reaproveitado e marcado por uma beleza extrema e inusitada.

Gi Bonaroski fotografou essa máquina de escrever encrustrada na Ilha Grande, no Rio, há alguns anos já. E eu me apaixonei pela foto.

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