De tanto ouvir minha amiga Li Laghetto falar que tudo o que não gostamos nos outros mostra o espelho de nós mesmos, acabei me convencendo. De qualquer forma ainda acho incrível quando penso que meu espelho fala sem parar; tem um problema com a bipolaridade, uma hora tá rindo, outra chorando; vê maldada em tudo e em todos; é sincero e grosso demais; tem mania de doença e de remédio; mistura espiritismo em tudo e não estuda a doutrina; boicota a limpeza da casa, trocar lençóis, então, nem se fala... E tem mais: é dependente, indeciso e acaba nunca realizando nada; é maledicente; avarento, não é capaz de comprar nem uma garrafinha de água, quem dirá um galão de 20 litros; só dorme e reclama da vida, apega-se em crenças materiais; não curte e não cativa os amigos e a família. Pior, usa creme, pente e perfume dos outros - os meus perfumes, sem me perguntar; geme, tosse e anda arcado como se tivesse mais de 90 anos; compra roupas em liquidação e depois não usa porque ficaram pequenas, não serviram ou não gostou e, por fim, deixa esmalte descascado nas unhas para combinar com a misturas descabida de estampas nas calças e camisas. Incrível? Mas é verdade. Essa sou eu no meu espelho, segundo a tese daquela minha amiga que entende muito de psicologia. Cruel!
Bem, meu espelho também tem lá seus lados positivos. Tem o amor de mãe em seu coração; sabe ouvir, teme a Deus, gosta de novidades; sabe das notícias e adora comprar uma roupinha nova...
E você, como são seus espelhos? Confrontar-se é dolorido, mas em várias características eles provam essa verdade: em muito somos aquilo que mais desprezamos. O comparativo é excelente para exercitar mudanças em si mesmo. Não quero ser igual a esses espelhos. Quero ser melhor, mais legal e ativa. A vida é muito dez para deixarmos que ela passe enquanto dormimos no sofá em frente a TV ou ficamos teclando no computador. Tem muita coisa boa para curtir. Basta sair pela porta e se jogar no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário