terça-feira, 27 de maio de 2014

Frances Ha


Minha identificação foi imediata ao assistir Frances Ha. Refleti acerca de algo que tenho pensado com bastante carinho e até um certo critério nos últimos meses: o apego, ou melhor a necessidade de desapego. Complicado isso de só ser feliz tendo e vivendo com seus amores ao lado. As ideias libertárias não me cativam, contudo reconheço que o melhor mesmo seria seguir em frente, amando simplesmente, indistintamente. A todos. 

O problema é amar intensamente, e tenho essa intensidade comigo, porém, até quando? Não é eterno. Não assim como eu gostaria.

Do que já vivi sei o quanto é dolorido perder alguém que se ama. Melhor estar com o coração amparado pelo amor próprio, que só se alcança a partir do autoconhecimento e ajuda bastante se estiver rodeado de pessoas interessantes.

Yeh! Eu me amo pra valer, só que a vida é mais, mais, mais, como direi, feliz, quando tenho os meus ao meu lado.

Frances me fez lembrar de mim mesma. Acho que minha vida teve seu lado preto e branco, tempos difíceis, memoráveis. Juventude.

Tive uma amiga que era uma amizade de almas. Cumplicidade. Usávamos a mesma escova de dentes e tudo o que tenho dela agora é uma dedicatória deixada no livro francês, O Pequeno Príncipe, que diz bem assim: nos vemos no B-612. 

Nós nos chamávamos de Mais, porque éramos a Mais, uma para a outra. A mais especial. Antes mesmo dela partir para o B-612 nós já havíamos nos separado. A vida assim fez e não houve dor.

Essa minha vida tem sido de despedidas sem palavras. Felizmente novas pessoas chegam também. Alegram meu coração. Tudo que é novidade tem sido bom, reconfortante para esse meu mundo que tem cores por vezes pálidas, por vezes quentes, mesmo em dias de outono com frio e garoa. 

Frances Ha
Filme de Noah Baumbach
Com Greta Gerwig e Mickey Sumner

Nenhum comentário:

Postar um comentário