domingo, 10 de julho de 2011

Aos olhos de Clarice


Capa cor-de-rosa de bolinhas e título instigante. Um impacto. Assim foi o meu primeiro contato com o livro "Correio Feminino", uma compilação de textos escritos para jornais, na década de 1950, por Clarice Lispector na forma de ghost writer ou simplesmente usando pseudônimos. A ela, mulher culta e instruída, coube a tarefa de escrever de forma popular, atingindo o público feminino em questões do dia a dia.

A considerar a década, o livro é uma pérola. Mistura conceitos, preconceitos e revela que pouco ou nada mudou no inconsciente humano. A edição é linda e, logo no comecinho, um trecho me fez lembrar de mim e da minha amiga Cuca. Clarice indicava que uma mulher não deveria comer o tempo todo e também não seria de bom tom rir alto. Bem, eu e a Cuca, quando estamos juntas fazemos nossa parte às avessas: fico mastigando o tempo todo e ela dando boas gargalhadas. Clarice que nos perdoe os modos, mas a gente se diverte mesmo.

Elaine é daquelas amigas divertidas, que vê graça em tudo - até nas desgraças! É despachada e o palavrão está tão incorporado em seu vocabulário que até perde o efeito de indelicadeza, vira uma necessidade. Será que todas as pessoas têm uma amiga assim? Seria bom. A alegria dessa virginiana tira qualquer libriano do sério, faz com que a gente desça do salto e sorria, fazendo muitas pataquadas.

Deve ser bom ser liver e solta como minha amiga é. Bem, nem tão soltinha mais. Em 2008, ela se casou com o Dudu, um cara muito legal que chegou para quebrar minha amiga ao meio de tanto amor e carinho. Pode ter coisa mais incrível?


Ainda não perguntei, mas vou confirmar, seu casamento parece ter sido o evento mais importante de sua vida. Como ela dizia: "você não pode perder, minhas tias esperaram por isso há 34 anos" e mais risadas. Não perdi, não perdemos, eu e o Carlos fomos padrinhos.

Mesmo não me apegando tanto a casamentos, chorei na cerimônia. Foi gratificante ver minha amiga feliz, realizando um sonho, em uma festa tão inovadora que a noiva entrou antes do noivo e ele, desceu as escadarias cantando "Senhorita", do Zé Geraldo, para ela. Apaixonante.

Para dar o toque peculiar e criativo, o tapete era verde e tudo tinha um ar de Sherek e Fiona, uma analogia ao amor original dos ogros da Dream Works. Cuca é a princesa Fiona, verdadeira e feliz. Amo essa amigona...

Pouco sei sobre a vida de Clarice Lispector, contudo, imagino que se ela tivesse uma amiga assim, tão alto astral, certamente seria mais feliz e apareceria sorridente nas fotos e não com aquele olhar distante de tristeza, solidão ou de quem comeu e não gostou. Viva, viva a alegria, a amizade, a gargalhada e o palavrão. Tudo como a Cuca me ensinou.

1 Comentário:
Às 7 de março de 2010 12:44 , Elaine disse...

Amiga sou suspeita para falar deste arquivo, afinal eu sou a Cuca. Mas f...-se, e vou falar mesmo: AMEI, me emocionei e jamais imaginei que eu realmente fosse tudo isso, que eu fizesse tudo isso em sua vida. E, para sua curiosidade, de fato, meu casamento foi o evento mais importante na minha vida e sempre será, até a chegada do Heitor ou da Laís - dizem que o nascimento dos filhos e sua criação passam a ser as coisas mais importantes da vida - aí a festa de casamento fica em segundo lugar e é justamente por isso que amo lembrar todos os dias desse momento inesquecível em minha vida. Amiga obrigada por tudo, obrigada pela homenagem no blog. Eu te amo muito também. Bjs, Cuca, a noiva do ano... em 2008 - agora a esposa de 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2018, 2023, 2028, 2033 na bodas de prata, 2058, na bodas de ouro, e em todos os anos de minha vida.

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